Diários de Viagem 2: Palma de Mallorca Media Maratón - Pré




A gente chegou e foi direto, com a malinha, buscar o kit. Tá, sou ansiosa. Queria pegar meu número de uma vez. Ele era lindo! Número de corpo, porque era enorme, tipo da volta à ilha. Uma coisa que adoro nas provas internacionais é o chip embutido no número. Com isso inclusive não tem esse negócio de um correr com o número e o outro com o chip, com uma inscrição só. Na hora que retira você testa o chip, teu nome aparece e a vida é boa. Mas o chip é pago, quem não tem o seu próprio, de casa (então, deve ter gente que tem seu próprio chip, me contem), deve comprar pagando 5 euros na hora de retirar
O kit, como em geral nas provas fora do Brasil, era composto da camiseta (modelo unissex, ou seja enorme), número, sacola de plástico gigas e umas jujubinhas energéticas da Powerbar, patrocinadora.
Eu confesso que gosto de kit de prova. Acho que dá para perceber pelo capricho dos nossos treinos Mulheres que Correm. Acho que mimar o corredor que paga inscrição é legal, dar produtos de qualidade que deixem ele ainda mais feliz correndo. E divulgar produtos de patrocinadores também. Massss, deixa dizer o seguinte: nós organizamos treinos, então por mais que a gente tenha itens bacanas no pré e pós treino, é tudo bem lúdico, e para incentivar a corrida para as mulheres como felicidade em estado bruto. Mas em provas, muito mais importante do que um super kit é uma medição correta do percurso, hidratação adequada e suficiente, bom staff, premiação legal, incluindo categorias, pontualidade, medição do tempo por chip, etc. Só que em provas grandes às vezes você não tem o melhor de nenhum dos mundos, nem kit super nem organização super, e isso é frustrante.
Continuando, eu coloquei no stories a expo. Um fiasco. Quase comprei camiseta para o Arthur, mas o tecido não é bom. Nossa, gente, nossas poliamidas são ótimas! Essas camisetas de prova no exterior são de poliester, sei lá, e são muito muito quentes. No meu caso, nunca usaria, até acho que não vai dar para customizar a camiseta da prova porque é muito amarela para mim.
Bom, em menos de meia hora já tinha pego tudo, visto tudo, e comprado o que era possível. Péricles nem acreditou na sacolinha que eu apareci carregando hahahahaha. Foi melhor assim, a gente se empolga em feiras grandes e compra muita coisa que não está precisando, só porque tinha e parecia uma oportunidade. Muitas vezes nem é. No Rio e em Amsterdã realmente havia  oportunidades, mas em São Paulo, na Mulher Maravilha, que era só desconto na loja, já não tinha nada demais.
Com tudo encaminhado, eu quis mesmo conhecer a cidade.
Os hoteis ficam mais para cima do nivel do mar, de maneira que a vista que se tem dos quartos é um espetáculo. Claro, eu adoro praia, ver o mar e saber que está ali pertinho, tão grandioso, me energiza, então desde sempre eu soube que essa prova era para mim. Quem gosta de outro tipo de paisagem não veria a mesma graça. Só de imaginar correr naquela orla eu já ficava animada.
O sábado foi de gastar pernas, não me poupei muito. Sabia que a chance de conhecer a cidade era aquela, então andamos muito e fomos em todos os pontos que queríamos conhecer, e vários deles faziam parte do percurso da prova.
Uma coisa que eu tinha que resolver era como ir para a largada. Constava do regulamento que os corredores com número teriam acesso grátis aos ônibus regulares, mas eu precisava saber qual pegar, onde, que horário...então sábado de manhã fomos para o centro da cidade de ônibus, deu super certo, mas fiquei tensa com o negócio do horário. Fiquei com medo de atrasar...sou eu.
O hotel que ficamos era hotel oficial da prova. Eu não sabia. Quando me inscrevi na prova, podia optar pela inscrição + hospedagem, mas eu achei muito caro. Quando vi os preços dos hoteis no site booking, dava uma diferença muito grande. Só que depois eu entendi que na verdade era uma contratação de agência, que incluía pegarem o kit da prova (que eu gosto de pegar, mas tem gente que chega próximo à prova e o serviço pode ser interessante) e entregarem no hotel, bem como o transporte até o local da largada e retorno para o hotel. Isso sim, me interessava. Fui falar com o cara da agência que estava no hotel, em inglês, e ele foi muito simpático (na verdade ele disse que eu era muito simpática, ja chegava sorrindo  e que por isso estava conversando comigo hummmmm) , me esclarecendo sobre o serviço. Eu queria contratar só o traslado mas ele disse que não podia, só venderam o pacote completo, e havia outros corredores que foram em grupo e que apenas alguns fizeram pela agência, e agora queriam também usufruir do transporte. Agradeci a atenção e fui ver o que fazer para o dia seguinte.
Horário de verão quando já acabou o verão é interessante. A largada era às 9h, achei tarde, mas depois entendi. Quando acordei, antes das 7h, era noite. Noite breu.
O hotel serviu café da manhã mais cedo, a partir de 6h30min, e aí eu vi quanto corredor estava lá. Uau. E era alemão para tudo quanto era lado, meu povo. Uns com cara de 42km e sangue nos olhos, outros com cara de passeio nos 10km, mas todo mundo foi para correr. Achei ruim que no sábado de manhã eu vi tudo o que tinha no café do hotel e me programei para o dia seguinte. Vi que não precisaria comprar nada. Só que os quentes, incluindo ovos, não foram servidos no horário mais cedo (diferente do Hotel Regina, no Rio), então me sobrou o pão sem gluten com presunto, porque em dia de prova não como fruta nem queijo. Mas tinha que comer bastante porque era cedo ainda, e a experiência de sentir fome durante a prova é algo traumatizante.
Levei tudo meu do Brasil, não corro riscos: minhas garrafinhas, palatinose, meus geis, whey em sachê, bcaa, tudo o que sempre tomo. Nas garrafinhas coloco a palatinose e isotônico, confiando na água da organização. Dessa vez, não consegui comprar isotônico e fui confiando também. Onde levo tudo? ah, quem tem bermuda mil bolsos Vivian Bogus não precisa de cinto. Até o celular embrulhadinho cabe.
E como eu cheguei até a largada? Pois então, acho que agora posso contar. Ele me pediu segredo no dia, mas a verdade é que consegui uma carona com o pessoal da agência. Éramos só eu e o Péricles, e eles não tinham brasileiros no grupo, havia lugares vagos no ônibus, só que não queriam que fossem ocupados pelos amigos dos que pagaram, para não gerar precedentes. Assim, nós, que não entendíamos nada do alemão, austríaco e holandês falado à nossa volta, fomos com ele. Muito muito muito obrigada, foi legal demais!
Quando saímos ainda era noite, e foi bom ir com eles, os ônibus estavam fazendo um caminho diferente porque o percurso já estava interditado, e levou bem mais tempo do que no dia anterior. Quando chegamos, o visual era esse


Copiando minha amiga Simone, personalizei uma camiseta para mim (duas, porque não sabia como estaria a temperatura), com as meninas do Correndo Personalizado (@correndopersonalizado). Foi muito legal. Ficou linda, e acertei, porque não correria com a camiseta da prova mesmo.

Essa sou eu sendo entrevistada porque era provavelmente a única brasileira fazendo a meia maratona. Encontramos um brasileiro fazendo a maratona, e ele disse que era ele e mais um. Uma prova pouco conhecida entre os nossos, portanto. Foi bem legal, e acabei de achar onde saiu!!! https://www.youtube.com/watch?v=MeReia39pVk. Um trechinho, e estou com cara de louca, mas estou lá!!
O número de peito tinha a nacionalidade da pessoa, por isso era fácil identificar. Mas minha camiseta também tinha.
No próximo finalmente falo da melhor parte, que é correr!! 










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