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Mostrando postagens de 2023

Histórias não relacionadas à corrida: Dias de Sol

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  Mês passado eu assisti, no salão pleno do Tribunal Superior do Trabalho, como parte das atividades do Seminário de Trabalho Decente,   ao filme Pureza. Brasileiro, de Renato Baratieri, tem como tema de fundo a escravidão na área rural. É uma história real, tão real que alguns atores são trabalhadores libertos. Libertos porque não há outra palavra para descrever ao que eram submetidos até então: escravidão. Nada moderna ou contemporânea. A história da Pureza e do seu filho Abel não se passa no início do século 20. É do início do século 21, quando, segundo Domenico de Masi, estaríamos usufruindo do nosso ócio criativo, deixando as máquinas realizarem o trabalho pesado e enfadonho, e nós nos dedicaríamos às artes, às conversas, à natureza, tendo, naturalmente renda distribuída adequadamente. Não vou dar muito spoiler porque recomendo fortemente que todo mundo assista ao filme. Tem que ver. Tem que ver e sentir,   sofrer,   lamentar,   se revoltar, e não entender como ainda estamos n

Ficar velha x envelhecer - nós e Madonna

  Então é isso, a Madonna está diferente. Sim, ela também. Todo mundo mudou nos últimos   trinta, vinte anos da sua vida. A não ser minha madrinha, que continua exatamente igual (impressionante). O negócio é que as mulheres (porque sim, estamos mesmo é falando de mulheres) mudam pela ação do tempo, algumas, naturalmente (ou nem tanto, porque privação do sono e subnutrição antecipam tudo, assim como o fumo), e outras mudam pela ação da tecnologia. Mas já vimos que é impossível, pelo menos até agora, que você, mulher, com 60 anos, continue se parecendo com você de 30 anos, aquela você cheia de colágeno, alvo de suas próprias críticas quando se via no espelho e nas fotos. O que é possível é você parecer ter um pouco menos de 60 anos, parecendo ser você mesma, o que estão chamando de “envelhecer bem” (por enquanto), ou parecer outra pessoa, com uma idade um pouco indefinida, mas com certeza bem menos de sessenta anos, retirando aquilo que torna alguém uma pessoa de 60 anos: rugas nos olh

Desculpa qualquer coisa

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  Voltei a treinar musculação em uma academia, paga, com outros humanos. Desde 2020 eu estava treinando na academia do prédio, que eu estava considerando suficiente para as circunstâncias, considerando que eu tenho uma consultoria de treino específico, com planilha todos os meses, que tem a opção "treino em casa". Mas não, não é a mesma coisa do que treinar em academia, por mais que eu tenha tentado me enganar nesse tempo - embora em 2020 e 2021 tenha sido uma decisão não frequentar espaços públicos que fossem por mera conveniência e não necessidade. E eu gosto de fazer musculação, sou daquelas estranhas que nunca enjoou, em mais de 25 anos puxando ferro. Gosto de fazer força, gosto dos equipamentos, e sei da importância de um treino de força real e bem feito para a minha autonomia, longevidade, saúde, disposição, e sim, estética. Nada em mim é de graça. Quando eu engordo é minha responsabilidade, quando eu emagreço, quando eu fico mais ou menos forte, também. Tenho alguma fa

Uma única coisa?

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  No livro que escrevi sobre transição de carreira ("Mas para você é fácil: as dores e delícias de decidir mudar tendo 'a carreira perfeita'"), eu menciono uma obra chamada A Única Coisa, que trata, como podem imaginar, de se manter firme no foco daquilo que você se propôs a fazer. A ideia é não se distrair com outras atividades que te tirem do caminho rumo àquele objetivo, ou seja, que todas as suas escolhas sejam sempre pensando naquela meta final, para que aquela seja bem sucedida.  E embora eu tenha entendido a mensagem, fiquei incomodada com aquilo de "uma" única coisa, e abordei isso no meu livro no aspecto profissional, em resumo com o seguinte: eu gosto de plano B. Como boa virginiana, gosto de controle, e ter na minha mente um plano B caso o plano A não funcione, me dá mais leveza inclusive para ir atrás do plano A, e é por isso que divirjo da conclusão de que se você tiver um plano B, não dará a devida importância ao A, porque tem para onde ir. Pri