Viajar para correr é ótimo, mas correr em uma viagem também vale

Este post é atrasado, porque já voltei de viagem antes da volta à ilha, mas não consegui publicar antes e não queria deixar de contar sobre minha viagem. 
Fiz mais uma prova no exterior. Não, eu não corri em Boston. Não é para o meu bico (biquinho). Como não tenho como meta correr uma maratona pelos próximos varios anos, costumo dizer que pretendo ter índice para correr em Boston quando estiver na categoria dos 65 anos.
Mas descobrir que existe gente perversa o suficiente para planejar e efetivamente colocar uma bomba na chegada de uma prova de corrida, um ambiente de saúde, família e confraternização...que horror.
Não vou entrar na questão política da coisa, se é terrorismo, se as coisas não são como contaram, teorias de conspiração, etc. O fato é grave e ponto. 
Mas...Este não é um post de tristeza, e não porque o assunto não é importante, e sim  porque não é o meu objetivo no blog. A reflexão sobre o que ocorreu  é necessária, claro, mas o que mais me preocupa é que pessoas que não correm e não apoiam os corredores da sua família (hipoteticamente...) nem os seus amigos corredores, podem agora utilizar o argumento (realmente estranhíssimo)  de que pode  explodir uma bomba na chegada em uma corrida de rua de que se  vá participar.
Então eu pretendo tratar esse horrível episódio como um ato isolado em relação a corridas, que foi por acaso no final de uma das maiores provas de corrida de rua do mundo, e oficialmente a mais antiga, mas poderia ter sido no desfile da independência americana, no dia de Sao Patrício, no desfile do Festival das Cerejeiras em Washington, enfim, em qualquer outro evento festivo do qual estivessem participando apenas e tão somente pessoas inocentes, como tanto acontece no oriente médio todos os dias.
Dito isso, agradeço a preocupação de amigos que supervalorizam meu passe (achando que eu corro maratonas, uhu) e lamento muitíssimo o que houve.
A boa notícia (individual) é que consegui correr nas três cidades que visitei na minha viagem de férias: Washington, Atlantic City e New York. A má notícia é que corri uma vez só em cada uma delas, o maior percurso percorrido foi de 11km, e a isso se resumiu o meu "treino" por aproximadamente duas semanas. Ops, não se pode ter tudo. Ah, sim, e acabei doente.
Bom, eu não levei suplementação específica porque pretendia comprar tudo nos Estados Unidos. O plano era bom, mas tinha uma falha: eu só teria tempo para comprar os produtos em NY, a última cidade a visitar, ou seja, depois da prova em Atlantic City...bem esperta. Isso tudo para dizer que nas tres vezes em que corri, inclusive na prova em Atlantic City, eu não usei NENHUM suplemento. BCAA, whey, malto...nada. E comprovei que faz diferença, especialmente para a recuperação. Não que eu duvidasse, sempre acreditei na Nadia, no dr. Fabio,  e nem pretendia tirar isso à prova, só aconteceu.
Em Washington estava bem frio. Realmente frio. E com vento. Frio.
E eu não tinha quase nenhum tempo livre, porque o Congresso do qual participei era bem sério e super caxias, com atividades das 08h30min às 17h30min todos os dias. Então, na terça feira, depois do encerramento das atividades, pelas 18h, convidei a super parceira e colega Karin para a gente conhecer o memorial de Abraham Lincoln...correndo, literalmente. Lá já está vigorando o horário de verão (afinal de contas, estava quentinho, tipo, 3 graus - positivos!!!), o que era ótimo, escurecia bem mais tarde, então quando saímos tinha um sol bem gostoso para dar uma ajuda.
O Péricles, coitado, que podia ir ao memorial durante o dia, de taxi, no quentinho, foi recrutado para ir correndo também, para treinar para Atlantic City.
Eu sempre defendi que correr é uma ótima maneira de conhecer as cidades, tenho que por em prática! Foram aproximadamente 3km (começamos andando até o que eles chamam de Mall), absolutamente planos, mas no frio e vento gelado. Fui o mais quentinha que consegui, calça, meia, camiseta, blusa corta vento. Mas cada pedacinho do meu ser que ficou sem cobertura parecia que ia congelar e cair, o que inclui nariz, boca, dedos...ui. O incrível é a adaptação das pessoas, porque os "locais" estavam de short e camiseta. Vermelhos, quase roxos, mas não pareciam estar sofrendo mais do que eu.
O memorial é lindo, tiramos fotos, a vista de lá é sensacional, coloquei fotos no face, e quando começamos a esfriar, bora voltar. Correndo, dessa vez até o hotel, o que resultou em mais 4km, totalizando 7km. A volta foi menos sofrida, acho que já sabíamos o que esperar, e terminei muito, muito feliz. Os 4km passaram rápido, a verdade é que correr no frio cansa menos, pelo menos para mim, e a gente não fica suada e com cara de acabada. É mais digno. Quando cheguei no hotel, ainda fui na academia e fiz uma musculação básica, equipamentos ótimos. Estava me achando super atleta cdf. 
Em Atlantic City tinha feito muito frio a semana toda. Lá venta mais, porque é litoral, e a prova, April Fools, era toda à beira-mar. O cenário é o seguinte: imagina a beiramar norte em Floripa, em um dia de vento. Tá. Agora tenta imaginar que com esse vento a sensação térmica pode ser de menos 5 graus...congelou só de pensar? Eu parei de pensar.
O dia amanheceu perfeito: sol e nenhuma nuvem no céu. Frio. O hotel em que ficamos, assim como os demais da região, ao que eu saiba, estavam envolvidos com a corrida, com cartazes de "go runners", e cafe da manhã sendo servido mais cedo (achei super incrível, ate eu me dar conta de que é ridículo não ser assim por aqui). Só tinha corredor as seis e meia da manhã. Quando voltei para o hotel deposi da prova, cookies quentinhos nos aguardavam. Belo mimo.
A estrutura da prova era ótima, no estilo Track and Field e Blumenau 10k: pegava a camiseta e número (esse negócio de sacolinha, meia, kit alegria, é coisa nossa aqui, lá não tem nada disso) no lobby de um super resort que tem hotel, casino, restaurantes, etc. Quentinho e organizado, podia usar o banheiro do resort, tinha lanchonete, sofas, etc. Pode buscar o numero até no dia da prova, eles sabem que tem gente que viaja só para a prova, não dá para garantir que vai chegar um dia antes e ainda em horário razoável. Camiseta do meu tamanho lá, podendo ainda dar uma conferida se ia servir ou podia já trocar, tudo muito relax, e ainda assim profissional.
O chip, descartável,  vem preso ao número, e quando voce pega deve levar em uma pequena estação para testarem antes da prova. Muito bom.
Era uma prova pequena, até porque deixaram a meia maratona para o dia seguinte, e era bem tranquila, gente fantasiada, gente de tutu, chapeus estranhos, equipes, casais, todas as idades e tipos físicos...
Foi perfeito para nós porque não era uma viagem para correr, e sim uma corrida de aproveitamento de viagem, percebe a diferença?
Tinha guarda volumes também, fundamental em dias frios, porque todos vão de casacão até o local. 
Fomos para a friaca na hora da largada, hino nacional cantado ao vivo (eles adoram, se emocionam e tudo), e vambora! 7km para o Péricles e 11km para mim. Mar lindo, pessoal empolgado, todos os níveis de corredores.
Tive um problema nos primeiros quilômetros: a região dos meus tornozelos começou a doer e travar, eu não conseguia correr rápido, travava tudo, doendo demais. O Péricles me alcançou e conversamos sobre o que podia ser. Acabei decidindo tirar a meia de compressão, e tudo passou. Concluímos que eu já estava inchada da viagem, e a meia comprimiu demais, prejudicando a circulação do local. Resultado: a corrida começou mesmo no terceiro km, e perdi mais de dois minutos tirando as meias, fora a lerdeza dos km iniciais. Uma pena. Ainda bem que fui para ser feliz. E dali em diante eu fui, aproveitei muito, adorei, estava vestida de acordo com a temperatura, orelhas protegidas, tudo de bom.
No final, além da complementary (cortesia) cerveja, que deu uma super alegria, tinha isotônico (bom) à vontade, água, barra de proteína, gel de carbo, e...pretzel!! salgadinho, bem gostoso para o momento.
Considerando meus contratempos, no km 6 tracei como meta terminar em menos de uma hora, para ser realista com o que eu tinha. Deu certo, terminei em 59'45", sobrando no final, porque passei muuuita gente nos dois últimos km. E feliz.
Não vou dizer que fui a brasileira melhor colocada porque também teria que dizer que fui a última, já que só tinha eu...
Mas vou dizer uma coisa: adorei participar de uma prova menor, não famosa, não do tipo top ultra super master, que tem sorteio de vaga, dez mil pessoas, currais para largada, etc. Ok, elas são o máximo, e continuo querendo, até porque têm a feirinha...Mas participei de uma prova em Atlantic City, e isso em si foi muito legal! Não precisa ser uma das grandes provas do mundo, só sendo em outro país, gente diferente, paisagem diferente... Adorei fazer a meia de NY e a meia de Buenos Aires, mas são provas grandes de verdade, e sinceramente, péssimas para tempo e desempenho, porque é muita gente, e eu sou ralé, largo lá atrás. Em Atlantic City eu me senti muito bem, mais confortável. E isso foi algo que fiquei pensando já desde a entrega do número, e voltei a pensar quando soube do atentado em Boston. Prova grande, visibilidade grande.
Já escrevi muito, então só vou completar dizendo que em NY corri no Central Park (beeem clichê, adoro), na pista em volta do laguinho da Jackie O, em um dia de sol bem gostoso, já mais quente, usando a camiseta da prova de AC (clicheeeeee!).
Ah, sim, comprei tênis de corrida em NY, mas vou deixar para contar e dar dicas em outro post.
E domingo passado teve track and field, com novidades no kit, e camiseta na cor fúcsia (não rosa)! Depois também falo nela.
Boas corridas para todos!








Comentários

  1. Oi querida, estou aqui, vim conhecer seu blog, show de bola!!
    Mas vc é chic demais, correndo por esse mundo a fora, que sonho!!
    Vou seguir, ficar ligadinha em suas aventuras, quem sabe nos esbarramos em alguma prova por aí.
    Beijos.
    correndoerenascendo.blogspot.com

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