Se chama a corrida de treino, então não são férias...

Eu tinha uma planilha para dezembro e inicio de janeiro. Feita do jeito que eu pedi para o Everton: só tres dias na semana, para não forçar, e incluindo corrida na praia, para eu curtir. Se ele ler este post vai dizer que eu tenho, e não que eu tinha, porque ainda não acabou.
Sorry, eu tinha a planilha...porque não segui. E agora já superei inclusive a culpa de não seguir a planilha, que foi o mais difícil.
Isso aconteceu, primeiro,  porque eu percebi que realmente estava em recesso.  De tudo. A vontade de correr levou dias para aparecer, e veio acompanhada de uma lerdeza sem fim...ai que cansaço. Cansei do ano de tantas provas, de treinos, de tiros, treino run, longos, tudo isso. Me vi sem disposição para correr, e as pernas ficaram tãããão pesadas...
Então eu não corri. Não corri mesmo, tanto que não fui fazer a prova noturna de Bombinhas, e eu estava inscrita!! Ah, estava chovendo, não tinha com quem deixar o Arthur, tinha que ir cedo para buscar o kit, e ficar lá esperando...Então pedi para a linda da Michele pegar os kits para nós (sim, eu ia correr 10km e o Péricles 5km), e um dia eu pego com ela. No dia seguinte fiquei triste por não ter ido, mas passou.
 Eu fiz outras coisas do dia 20 de dezembro até esta semana, porque parada não consigo ficar mesmo. Eu nadei, no mar da praia da Daniela, que eu adoro, e fiquei muito feliz!! Tomei sol, botei o maiô, touca, oculos e protetor de ouvido, fui, e estava ótimo.
Também andamos de bicicleta. Sim, no plural, eu e Arthurzico na cadeirinha. Sendo assim, não posso dizer que "pedalei", porque não era nada profissional. Era passeio, conversando com ele, rumo a Jurerê, procurando corujas, quero-quero, gatos, cachorros e fuscas. A bike, emprestada da Tita-Simone, não tem marcha, me lembra um pouco a Caloi Ceci (sim, sou véia), e dava uma canseira nas pernas...mas tudo bem, na verdade, tudo ótimo, a bike tem até cestinha, então fomos à padaria, mercado, etc.
E aí quando deu vontade de correr, corri. Na verdade, corremos, eu e o marido. Isso aconteceu quando, na minha mente, em vez de pensar: vou treinar, eu pensei: vou correr um pouco. Porque aí voltou a ser prazer, não me preocupei com velocidade (sim, ainda sou eu, mas na versão relax) , e corri o quanto deu vontade, que foi um dia 5km, no outro 8km, depois 9km, depois 6km, assim, só para ser feliz.
Me senti um pouco a corredora que nunca mais será capaz de correr rápido, parecia que estava começando a correr agora, porque quando quis ser ligeirinha, fiquei acabada, exausta, e, conseqüentemente, frustrada.
Lendo um pouco, descobri que isso é comum. Realmente, o corpo precisa de um descanso, e não só o corpo, a mente também, para procurar e ter novos estímulos. Manter sempre o mesmo ritmo de treino ninguém aguenta, falta motivação, e fica mais difícil chegar no ápice, ou seja, no seu momento ótimo, que é quando tem mais chances de alcançar os objetivos que traçou, melhor fase, pico.
Isso significa que os objetivos de 2013 têm que ser mais claros e, estabelecidos, devem ser buscados com menos desvios de rota.
No meu caso, ainda tive uma troca de medicação que eu sabia que poderia afetar desempenho. Para completar, fiquei meio bolada ao descobrir que alguns parceiros de corrida cuja opinião levo em conta, acham meu espírito competitivo,  digamos, exagerado, e nunca imaginei que fosse assim que eu fosse vista (vai ver que eu estava viajando total), mas é algo para meditar. Então foram várias coisas, com o resultado desastroso esperado.
Só que sou Polyana, de maneira que acho que tudo tem lado bom, e que sempre se aproveita (limão, limonada, capirinha, sabe?). No caso da corrida, enquanto eu não voltar à minha vida cotidiana normal, não chamo a corrida de treino, chamo de "uma corridinha", e assim eu tenho vontade de calçar os tênis, porque me sinto em ferias. Se está bom, eu faço mais km; se não está, faço menos. Começo devagar, e vou aumentando o ritmo. Quando fica confortável, está otimo, independentemente do que o garmin esteja me dizendo...
Ah, até funcional eu consegui fazer nesses dias, dei uns pulos que o Franklin ensinou no final do ano, abdominais, comprei um extensor e fiz vários exercícios com ele, fiquei até dolorida, uhu!
No final das contas, pensando bem, fiquei  ativa nesse período, mas sem chamar de treino, porque aí dá vontade. E depois tinha a cervejinha, ou o vinho, para ser beeeem feliz.




Comentários

  1. Olá Andrea,
    Boa reflexão. É como redescobrir o prazer em correr. Sem cobrança e a pressão por um bom resultado. Aos poucos o calendário das provas vai sendo montado; e as metas pessoais vão surgindo.
    Uma vez ouvi: o descanso também é treino, rs.
    Abraços.

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