Que treino faz você feliz?

Como eu postei no facebook  no domingo, enquanto eu fazia meu treino de corrida em Floripa, em um lindo dia de sol  (que privilégio, eu sei), comecei a lembrar das pessoas que conheço que estavam praticando algum esporte naquele momento, em treino ou em prova. E percebi que era muita gente!
Tinha triathlon (olimpico e long distance) em Caiobá, com alguns triatletas de Blu, inclusive a Camila fazendo sua (premiada) estreia oficial em uma prova de distância olímpica (1500 natação, 40km de pedal e 10km corrida); tinha triathlon em BH, o que descobri vendo o Robson la, papando um terceiro lugar na categoria; Mountain Do Fim do Mundo, no Ushuaia (sim, eu conheço gente que estava lá); uma colega juíza querida estava fazendo o 70.3 (meio iron) de Brasília; Manezinho e Sérgio correndo em Joinville no 10k...isso em provas!
Em Blumenau tinha uma turma subindo o Spitzkopft, um  parque ecológico lindo, com acesso por uma baita morreba, excelente treino forte; outra turma saiu do parque Ramiro para fazer cada um sua distância; o povo do triathlon que ficou tinha treino de bike em Pomerode ou por aí. 
Para completar, na própria beiramar norte encontrei vários conhecidos e amigos, e tinha gente com os filhos, andando de bike, de roller, correndo ao lado do filho de bike, muito show.
Fiquei pensando em como toda aquela gente se movimentando faz a energia boa circular. E também que cada um tem seus treinos favoritos, digamos assim. 
Eu, que tinha passado o sábado com meu gordinho na Vila Germânica, pintando casquinhas de ovos, o rosto dele, e fazendo a maior bagunça junto com os amigos da escola e as Bambinetes, fiquei off, e domingo era meu longuinho de 14km, solto. Ai, solto, que delícia. Significa que não tem compromisso com  o pace, mas com meu conforto. 
Era para ser um repeteco do treino do domingo anterior. Mas que diferença!
No domingo passado, eu estava em Blumenau, saí para correr mais de dez e meia da manhã, e não tinha sol, mas estava calor. Um calor úmido, como só Blumenau faz por você. E eu confesso que saí de casa animadinha, porque estava seca para correr. Queimei a largada, corri dois km e ja estava cheia de sede, e não encaixava a respiração. Tomei água e isotônico, e continuei, mas me sentia fazendo tiros de 2km, porque só vencia essa distância e já tinha que dar uma reduzida. O tempo final foi ótimo, porque mesmo reduzindo eu ainda mantinha uma média boa, mas eu sofri. Sofri e me enchi de líquido, ainda me sentia pesada, porque na verdade não era sede nem desidratação, era algo diferente, coisas do calor úmido. Só ficou bom no km 8, dali em diante curti. E choveu do km 9 ao 11, deu um super alivio no corpo. Terminei meus 14km, zerei o relógio e subi minha rua correndo, com vontade, só para dar uma última forçada. Foi legal, mas não me fez tão feliz, porque me senti travada. 
Naquele dia, meio que amaldiçoei o treino longo. E ainda fiquei pensando que ia ser uma tristeza quando chegar nos 16km, 18km, 24km...aiai. E desejei fazer tiros, e treinos progressivos de menor distância.
Então veio a planilha, com tiros de 2km. Hã? Por que alguém faria uma coisa dessas? Credo, eta coisa triste. Quando a gente já acha que não da mais, faltam, tipo, 800metros. Foi durissimo.
Tem gente que prefere os tiros, tem quem prefira os longos, e tem gente que não gosta de nenhum tipo, faz porque está na planilha, e no final vale a pena. 
Sempre pergunto para quem diz que começou a correr e não gostou: depois que acabou o treino, ou a prova, você se sentiu feliz? Se a resposta é negativa, ou seja, se nem durante, nem depois, aquilo te alegrou, sinceramente,  melhor procurar outro exercício.
Mas eis que chega o domingo, com novos 14km. Quanta diferença!
Claro que provavelmente eu estava em um dia melhor, o clima era melhor, a paisagem mais bonita, e tudo isso ajuda. Mas tenho certeza de que os tiros da semana ajudaram na resistência do domingo.  Também saí  dez e pouco da manhã. E me senti muito melhor durante a corrida. Saí menos afobada, e mesmo sem ter conseguido acelerar muito no final, mantive regularidade ao longo dos 15km (estava bom, eu fiz mais um). Resultado? No máximo 1 minuto a mais em relação à semana anterior (considerando que corri um km a mais, não da para comparar exatamente),  com uma sensação bem melhor. E o pensamento  de que, na verdade, estou gostando cada vez mais de correr distâncias um pouco maiores, porque só melhora a cada km (como diz o Everton, estou em fase de transição na minha corrida).
Quando terminei, voltando para a casa da minha mãe, senti aquela endorfina entrando, sabem como é?Tomou conta de mim enquanto eu ouvia Speed Of Sound do Coldplay, e eu me senti quase flutuar. 
E naqueles minutos finais eu tive, mais uma vez,  a certeza do quanto correr me faz feliz. beijos



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