Fiz uma maratona!! Mas em dupla...hihihi


(Foto by Mario Lenz)

Eu tenho um baita trofeu de 2º lugar na Maratona Beto Carrero, é muito divertido de ver. Porque foi em quarteto que obtivemos essa glória (sim, porque não foi moleza não). Mas nada indica, nem no trofeu, nem na medalha, que eu não tenha concluído sozinha essa prova. 
Na Maratona de Floripa, realizada há duas semanas, foi diferente. A medalha tem a referência a que prova você concluiu. No meu caso, em dupla, ou seja, cada uma correu meia maratona. Mais legal.  
A Simone teve a ideia faz meses, me convidou, e virou meio que nossa meta do segundo semestre. Época boa, porque o treino forte não é no calorão, a prova em final de agosto, perfeita para comemoração do meu aniversário, como gosto todos os anos já há um bom tempo. 
Vou dar minha opinião super pessoal sobre fazer esse tipo de prova em dupla: acho que deve ser feita com alguém que você conheça e tenha uma relação no mínimo afetuosa, para ter a satisfação de chegarem juntos no final, realmente curtindo o fato de estarem naquela condição. Além disso, também acho que fica mais interessante escolher alguém que tenha o mesmo objetivo que você. Se você está indo para completar, sem nenhuma intenção de fazer um tempo x, procure alguém que também tenha esta meta, para garantir que ninguém vai se frustrar. Porque é triste você ir para fazer seu melhor tempo da vida com alguém que só quer completar, ou vice versa, porque você já sabe que o resultado final, como prova em dupla, vai ficar estranho, e alguém pode acabar se frustrando ou se sentindo mal por achar que "afundou" a dupla. Uma querendo voar e a outra querendo curtir a paisagem pode dar certo se isso estiver bem combinadinho. Então é afinidade + semelhança de objetivo. 
Fica mais difícil, eu sei, mas eu já fiz prova com um cara que eu não conhecia, foi um "casamento arranjado", e não foi divertido. Nossa chegada foi meio deprimente, e eu não ia abraçar o cara que conheci na véspera e que, na real, nem vi durante a prova, porque cada um correu o seu. E ele chegou mancando com caimbra.
Eu e a Si foi ótimo, de novo. Mas fomos com objetivo de fazer o melhor tempo possível. Sim, fomos para a morte, e treinamos para isso. E olhem...foi bem assim. O vento sul de Floripa atacou cm força total. A Simone largou, pegou ele de um jeito, e eu peguei de outro, mais tarde. Sendo 21km, na beiramar, claro que tem contra e a favor, e é isso aí. Torcemos uma pela outra e pensamos uma na outra a maior parte da prova, inclusive para superar as dificuldades. Ambas tivemos aquele momento em que, se não fosse a outra estar esperando e estar também se dedicando, certamente iríamos dar uma bela reduzida, cedendo à quebra que insistia em nos tentar.  
Não tinha sol, e também não choveu, de maneira que para correr era o mais próximo do ideal, menos pelo vento, que é o meu pior inimigo. 
Quanto à organização da prova, o kit com sucos em pó (Oi? sim, sim) e saquinhos de vinagre (hahahahahaha) foi bem estranho, para dizer o mínimo. Olhando a sacola, tinha montes de coisas (vide foto no instagram do @eduhanada), mas dali o que realmente aproveitava um corredor? um gel, porque até a garrafinha era imensa e não muito prática.  Na retirada do kit tomei café expresso, delícia. E é isso. A camiseta de qualidade duvidosa, utilizável apenas nesta época do ano porque no verão vai reter todo o calor e dar um cheirinho...e uma sacolinha simpática, ela curti. Aquele desconto de míseros 10% na Centauro do Shopping, que não tem muitos itens bacanas de corrida, e já tem bastante itens com desconto, também não é grande atrativo. Confesso que aprecio mais uma expo ou o desconto na track and field...Eu fui buscar o kit na sexta-feira. No sábado fui até a loja procurar tênis para meu filho, aproveitando o descontinho, e tinha fila quase na porta do shopping. O pessoal era eficiente até,  mas era muito corredor para pouca gente da organização. Porque tinha 42km, sozinho e em dupla, mais 10km e 5km, ou seja, inscritos à beça. Vi muita gente de mala, vindo direto do aeroporto ou rodoviária, inclusive estrangeiros (hermanos).
A dica que fica é: não é a quantidade de itens no kit que realmente importa, e sim sua funcionalidade para o público a que se destina. 
Dia da prova: largada dos corredores individuais e das duplas no mesmo horário, e depois 10km e 5km, justo, ótimo. Com uma boa diferença de horário, maratona largou cedo, como tem que ser. 
Na semana da prova foi divulgado que a organização forneceria o transporte para o ponto de troca das duplas, o que foi bem importante considerando que era em lugar fora de mão e com trânsito totalmente modificado. Mas o transporte foi logo em seguida à largada. Ora, a Simone, que não era das lentas, queria fazer a prova em 1h45min. Ou seja, considerando o tempo de trajeto, eu esperaria uma média de 1h30min. Tem gente que esperou 2h, ou mais!! Onde? Num bolsão, no meio da Coxxxxteira do Pirajubaé, sem nada em volta, no vento, sem um local coberto (sorte mesmo que não choveu), e com DOIS BANHEIROS, sendo um masculino, que é aquele que os meninos usam para o número 2, porque para o xixi tem o mato, vasto, à frente. Então era um banheiro. Só de dupla feminina eram 80, ou seja, 40 meninas para usar, mais as das duplas mistas ,e  o pessoal que estava correndo a maratona sozinho e precisava usar o banheiro, para quem a gente dava a vez.
Eu fiquei 35 minutos na fila. Em pé. Para depois correr 21km. Então, não, não foi legal. Escrevi no facebook do evento, e pediram desculpas, o pessoal ainda está pegando o jeito com prova grande. Mas é o segundo evento este ano em que vou e falta banheiro, e não custa caro o aluguel, gente, sério. É um item bem mais importante do que fofuras de kit, qualquer que seja o seu objetivo.
No trajeto, muito familiar para mim, o legal era a passagem pela largada em direção ao norte da ilha, com todo o pessoal ali, torcida top para mim, ouvir o nome da gente é legal demais, realmente dá um gás tremendo.  
Eu consegui manter minha meta original praticamente todo o percurso, apesar do vento, porque acelerei quando dava, e reduzi quando não tinha opção. Talvez eu conseguisse os 2 minutos a menos, fazendo o tempo que eu pretendia e para o qual eu treinei, mas, como diz o técnico Diogo Gamboa, chega uma hora em que a gente depende também do dia, condições de prova, e não só do treinamento. Finalizamos em um tempo excelente, 3h35'49, tempo até hoje "não oficial". Eu sei que isso parece coisa de gente chata, mas considero importante a divulgação correta do nosso tempo. Quando chegamos uma pessoa que conheci e que estava só fotografando me disso que éramos a 3a dupla. Fomos perguntar, e nos disseram que éramos a 5ª, sem pódio. Que já achamos o máximo, em 80. No resultado de tempo bruto, o único no site, fomos a 4ª. Sensacional. 
Simone fez em 1h45'52" e eu em 1h49'46", no meu líquido foram uns 30 segundos a menos. No meu gps deram 21.380, olhei e nos 21km eu estava dentro do tempo que planejei, 1h46 alto, quase 1h47. Mas não tem problema, porque a melhor parte, sem dúvida alguma, foi chegar, quebrada, com dores em lugares estranhos para mim (coxas?), e estar a Si me esperando para terminar e Arthur nos acompanhando. Ele correu fofinho na nossa (minha) velocidade, e eu, que já não tinha mais onde buscar (embora eu tenha feito o último km pra menos de 5' de pace, foi bem lindo), fui só para fechar a prova e terminamos os três juntos, agora lembrando até me emocionei. Mário, obrigada pela foto do início do post, a melhor de todas. 
Obrigada, sis, por acreditar de novo.





Comentários

  1. Andrea, sou leitor fiel dos teus relatos sempre ricos em informações e emoções. Parabéns, mais uma vez, pelas alegrias conquistadas na prova. Ano que vem, farei os 42km em Floripa. Chegarei um pouco depois de você :).

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  2. Obrigada, meu amigo! Corajoso você!! Não me venha com tentações de inscrições...rs

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