Ok, vamos só falar do futuro...

Tá, agora prometo que vai realmente ser o último, embora seja estranho um último post nos primeiros dias do ano. Mas é que vou fazer o planejamento e pensei que talvez fosse legal compartilhar ideias sobre isso, e vou explicar por quê.
No início do ano passado, tracei as metas e conversei com o Diogo sobre as estratégias, e tal, bem virginiana, e embora não tenha aberto o jogo sobre exatamente as provas que eu faria, falei sobre os critérios aqui, já em fevereiro, quando em geral todo mundo já tem algo em mente (https://vidaeumacorrida.blogspot.com/2018/02/o-que-correr-em-2018_4.html). 
Só que em junho eu decidi correr a maratona! Não estava no meu quadro dos sonhos, não era uma meta no início do ano, sequer uma intenção. O interesse surgiu ao longo do tempo, e o que eu fiz? adaptei, ué. Recalculei a rota, porque na corrida, como na vida, é importante ter flexibilidade. 
E claro que depois de correr uma maratona, também mudam as metas para o resto do ano, ou seja, acabou sendo tudo bem diferente do que imaginei no início. E isso foi bom, muito bom! 
Claro que se você já sabe o que quer, isso facilita, tanto para o foco como para as estratégias, então este é o momento de olhar dentro de si e pensar: o que eu quero da corrida para mim este ano? quero diversão? desafios quanto a terrenos? quanto a distâncias? melhorar meus tempos nas distâncias conhecidas? fazer novos amigos? correr num grupo? fazer mais provas? fazer uma prova de corrida? finalmente ter regularidade na corrida, e não pular semanas de treino? ter uma planilha de um treinador e levar a coisa mais a sério? 
Isso é o mais importante. No ano passado, eu aproveitei black friday e estou inscrita em duas provas: uma em junho, a meia de Floripa (que agora tem maratona, mas me inscrevi para a meia, que eu adoro), e uma final de julho, em São Paulo. Vai ser difícil eu viajar para correr este ano, então São Paulo está de ótimo tamanho. Vamos ver o que vai orbitar ao redor disso.
Vou viajar no final de fevereiro, então provas até meados de março não são uma opção, o que já vi que inclui Ponta do Papagaio, Meia de São José...provas que geralmente eu consideraria. 
O ano de 2018 foi incrível na corrida para mim. Não só pela maratona. Como já falei, foi a cereja do bolo e nem era meu objetivo inicial. Além disso, para mim, pelo menos, a corrida só faz sentido sendo feliz pelo caminho. Curti muito a maratona em si, mas o mais legal foi ter curtido os treinos, me conhecendo melhor a cada aumento de distância. 
Lembre-se: Você nunca sabe se vai realmente estar no seu dia naquela prova que é a prova alvo. Tem clima, nervoso, saúde, sono, algum probleminha que apareça, e por mais corretamente que se treine,  pode ser que no dia a mágica não aconteça.
Então, criar aquele monte e expectativas em torno de uma ou duas provas, é um risco de decepção, principalmente se os treinos foram sofridos. Porque vamos combinar, a maior parte da vida do corredor não é dia de glória, é dia de luta. A gente faz muito mais treino do que prova, nem todos são maravilhosos, mas eles são o nosso dia a dia.
E em 2018 eu tive oportunidades muito incríveis: corri em Belo Horizonte, algo que eu sempre quis. Fui para um congresso, encontrei a nightrun, e sábado à noite, antes da festa de encerramento do evento, estava eu lá, na Pampulha, sendo feliz demais! Nunca seria prova alvo, e eu nem sabia que viajaria para BH, mas acabou dando tudo certo.
Não consegui achar nenhuma prova na Itália no período em que fiquei lá, mas corri pelos parques, pela rua...foi maravilhoso. 
E sim, corri meus melhores tempos de meia maratona. Estabeleci a meta de 1h45, demorou para vir, mas veio, e em seguida veio 1h44. Se eu queria baixar ainda mais? Sim, mas aí já tinha a maratona para fazer, e o objetivo teve que mudar. 
Graças à boa planilha e muita determinação e disciplina para fazer exercícios de fortalecimento, meu ano foi sem lesões, uhuuuuuu! Isso me manteve extremamente motivada. E no dia seguinte à maratona eu estava passeando por Buenos Aires, de boa, porque o Diogo treina a gente para estar bem na prova e depois dela também, sem traumas.
O mais importante: prestei atenção em mim como corredora, e descobri muita coisa, inclusive que ainda tenho muito para me conhecer. Eu não conseguiria dizer meu pace se fosse correr sem relógio, e é algo que eu quero fazer. Esse negócio de percepção de esforço ainda é nebuloso para mim, principalmente correndo mais rápido. Também não conheço o meu limite, sigo conservadora no aspecto vômito ao final (tipo: não quero), e com isso ainda acho que posso ir mais.
Finalmente: mudei de categoria. Aiai...deu uma dorzinha pensar sobre isso, mas faz parte, né? Quero acreditar que, como comecei a correr mais tarde, e com maturidade sigo, ainda tenho muito para apresentar na corrida. 
E meu lado Pollyana fala mais alto, de modo que agora penso: ahá, sou a mais nova da categoria, boraaaaaaa! 
Então eu desejo que você corra! Não desista, persista, que tenha amigas e amigos a te motivar e admirar, que te digam que você é phodástica da porra toda. E, se não tiver, que corra assim mesmo, por você.  Que tenha aquele friozinho na barriga antes de uma prova, que experimente a sensação de ir além, de se conhecer pela corrida.



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