Triathlon, segunda missão: um novo mundo

Triathlon do Sagu. Quem não esta familiarizado deve achar muuuito estranho o nome. E é. No último sábado, no congresso técnico que precede a prova, fiquei sabendo que o doce começou como uma gentileza da Marla, esposa do Waldemaro (triatleta top), aos então poucos triatletas que participaram de um meio iron simulado, há mais de dez anos, substituindo medalhas e trofeus. Hoje continua sendo uma gentileza, mas agora em grau muito maior, pelo volume de gente.
Participei ano passado em equipe, fui a corredora, a Grazi nadou e a Deise pedalou. Naquele dia, deu uma coceirinha para fazer tudo, porque o clima era tão legal, as pessoas pareciam estar curtindo tanto...Acho que é por isso que pode ser feito em equipe, para a gente ver como é legal.
Então, muita água rolou, asfalto foi pisado, iniciei minha vida na bike, acabei fazendo o GP, e criei coragem para me inscrever no Sagu, solo. A prova é triathlon olímpico 1500m natação, 40km de bike e 10km de corrida. Sim, na cidade que não tem mar, então a natação é na piscina do Sesi, em círculos, meio tumultuada, e muito divertido. Se pensar em distância, em uma piscina de 25m (50 ida e volta), são 30 voltas; o pedal é como ir de Blumenau até o trevo de Itajaí, indo pela Rodovia Gov. Jorge Lacerda, e a corrida corresponde a sair do shoppig newmarkt, descendo a rua sete de setembro, passando pela Beira Rio e rua Martin Luther até quase o final, em direção ao parque, dar mais uma voltinha, e retornar ao shopping. Agora parece bastante coisa, não é? Basicamente, o dobro do que fiz no GP de Balneário Camboriu. Para mim, ainda é grande coisa, um novo desafio. 
A prova é toda organizada pelo pessoal daqui, atualmente pela ABTRI, associação blumenauense de triathlon, com um pessoal guerreiro, aquela gente que faz, sabe?
Vão atrás de patrocínio, compram o que é necessário, conseguem as autorizações, e tudo dá certo.
Trata-se, contudo, de um evento predominantemente de confraternização e divulgação do esporte em Blumenau. Isso quer dizer que não tem premiação, e, este ano, sequer foram anunciados os resultados. Isso porque não tem controle de tempo e distância, em tese cada um conta o seu, embora tenha um pessoal dando uma força. Este ano foram estagiários de Educação Física da Uniasselvi, capitaneados pelo amigão Mateus Moreira, que estará ano que vem como atleta na prova, é o que espero.
O pessoal da FETRISC também vem dar um suporte, e isso é ótimo, porque eles deixam a coisa com cara mais séria. Eu, que não estou acostumada às regras relativas à transição, aprendo muito: quando pode montar na bike na T1 (primeira transição), quando pode tirar o capacete e sair correndo na T2, entre muitas outras coisas.
Este ano teve até um kit bem legal, camiseta linda, gel, barra de proteina, garrafinha, Black Wish (melhor energético ever), cupom de desconto, e na hora ainda ganhamos touca de natação. Como disse o presidente da Abtri, meu amigo Astério, quem é atleta sabe do que atleta gosta num kit.
Eu fui abençoada nesse evento. Não tive tempo para treinar o necessário, especialmente na bike. Foram as aulas indoor e um treino sério na rua com a speed antes da prova. Nunca, repito, nunca, tinha pedalado os 40km da prova, mas incrivelmente estava tranquila, porque fui com a firme intenção de ver se dava conta.
Para a natação estava relaxada em relação à distância, mas não a velocidade, porque meu treino não é voltado para isso.
E a corrida...bom, tinha que contar com meus treinos recentes e os da memória, e torcer para as pernas funcionarem depois do resto.
E lá fomos nós. Eu e a Grazi Rodolfo, únicas mulheres fazendo sozinhas. Uhu! Alguém tem que começar, não é? Tenho certeza de que ano que vem seremos em muito mais.
Everton, o coach, resolveu me acompanhar na prova, e isso mudou tudo, porque me deu muito mais segurança, especialmente para pedalar.
O pré prova, aqueles minutos que antecedem o início, são os mais divertidos, é o momento confraternização total, e mais uma vez fui muito bem recebida pelos excelentes triatletas que temos aqui, todos dispostos a dar dicas e ajudar, dando o maior apoio.
Na natação, claro que não tem como nadar junto com alguém, eram baterias largando a cada quinze segundos, e aquela confusão do povo na água, mas, sinceramente, ainda assim, nadar na  piscina é bem mais tranquilo, me sinto mais segura, naturalmente. Durante a natação, como sempre, achei que estava sendo muuuuito lerda, mas quando saí e olhei o garmin, 29'38", mesmo a distância sendo um pouco menos dos 1500m oficiais, fiquei feliz, até porque, ao contrário do que imaginava (de verdade), não fui a última a sair da piscina, e sei que fiz todo o percurso, me preocupei bastante com a contagem das voltas e em não perder a técnica pelo desespero.
Na bike, comecei insegura demais, porque a falta de manha para troca de marchas e curvas (o que não tem na aula indoor) ficou muito evidente. Por isso a participação do Everton foi importante, ele foi na minha frente (colei no vácuo da bike dele), e ia me dando as diretrizes. Como eram cinco voltas no mesmo circuito, a primeira foi péssima, a segunda regular, e assim fui melhorando e me sentindo mais segura. As pernas ficaram firmes, só me senti o peso na ultima volta mesmo. 
Quando larguei a bike, estava seca para correr, e as pernas molinhas...nos primeiros 5km estava me sentindo muito bem, só ia, velocidade constante, regular. Depois o sol apareceu, senti o peso das distâncias, e ter alguém correndo junto foi bem importante para não desanimar. Deu certo, terminei, e cheguei bem, embora nos últimos 500m tenha dado um quase desespero (não chegava nunca).
Muita hidratação, gente dando suporte, e a melhor torcida do mundo: as meninas Grazi, Giovana, depois a Bruna, e tantas outras, gritando no posto a cada volta, fiquei emocionada com o carinho. Fora quem não grita mas a gente sente a vibração.
No final, estavam lá meus amores me esperando, e o famoso sagu, que peguei para a Amanda, porque eu não gosto (que absurdo, né? todo mundo gosta de sagu).
O melhor de tudo foi ter conseguido. Não me importava com o tempo que levaria, até porque não tinha nenhum parâmetro de comparação, só queria sentir o olímpico, e, como dr. Fábio sempre disse, foi a distância perfeita para mim. Nem tão grande a ponto de eu ficar entediada porque não tem fim, e nem tão curta de maneira que eu fique achando que poderia ter feito mais. Adorei. Isso porque meu pedal foi bem ruinzinho, tenho noção do ponto fraco, e ja sei o que treinar. 
Agora sim, missão cumprida, vamos fazer treinos light para preparar para os muitos festejos...
E pensar nas conquistas de 2013, traçar as metas para 2014...adoro uma retrospectiva. 




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