Trail Running 2012
Já participei de
várias provas de corrida que quero compartilhar, mas vou iniciar pela mais
recente, e aos poucos vou colocando as antigas mais marcantes.
O desafio de
sábado, dia 17 de março, era uma prova chamada Trail Running, competição
paralela ao evento Multisport Brasil 2012, com triathlon (ainda não cheguei lá,
e esse era com canoagem!!), em Florianópolis. Havia dois percursos, de 9km e
5km. Eu escolhi fazer 9km, porque gosto de velocidade, mas 5km em geral acho
pouco, passa rápido demais...
Só que a prova,
como o nome já indica, era de trail, ou seja, não era asfalto, plano, vida boa.
Era praia, trilha, rua, e mais trilha e praia.
No site, o trajeto
vinha descrito assim: "percurso do Trail Running se inicia em Jurere
Internacional (na Arena Multisport), e segue para a praia do Forte até a praia
da Daniela (trecho urbano), retornando pela trilha da cruz até a arena
novamente".
Eu, para variar,
não tinha entendido bem, e me inscrevi achando que era diferente. Durante o
verão, eu costumo correr na praia da Daniela, em Floripa, e vou pelo asfalto
até Jurerê, corro pelas ruas de lá, e volto, então achei que o percurso tinha
tudo a ver comigo, só que com uma trilha básica. Haha, doce ilusão...
Mas antes da prova
em si, quero comentar sobre a inscrição. O site era bem explicativo, mas na
hora de pagar a inscrição era meio amador. Tinha que fazer a transferência (que
era para uma pessoa física, medo!!), e mandar o comprovante por email. E não
aparecia em lugar nenhum que estava tudo confirmado, algo como "ok, aguarde
confirmação do pagamento", ou semelhante, como temos nas provas mais
tradicionais. Então, mandei o comprovante e pedi para acusarem o recebimento, e
aí deu tudo certo, recebi até um "bom treino", bastante simpático.
Depois tinha uma lista de inscritos e meu nome estava lá, no site.
O local de entrega
do kit era na largada, nas areias de Jurerê, em um dia delicioso de sol, mas
sem um calor insuportável. A largada era às 16h30min, diferente do normal, que
é de manhã cedo. Acho bom, o corpo reage diferente, são outras sensações. E
terminar a prova no final do dia é interessante também.
Meninas gostam de
kit, não adianta negar. Eu adoro. Esse era bem sem graça, só a camiseta, que,
como de costume, ficou grande, porque os tamanhos são feitos evidentemente pensando
no público masculino, então mesmo o P parece ser para um homem baixo e
gordinho, sorry. Minha dica para mulheres é: quando tiver baby look, escolha!
De todo jeito, eu
não gosto de correr com a camiseta da prova, coisa minha, seja porque tenho uma
equipe para defender, seja porque fica todo mundo parecido, e principalmente
porque não consigo correr de camiseta de manga curta, só regata. Acho mais legal usar a camiseta depois e me lembrar que estava lá.
Tinha chip, o que
é importantíssimo nas provas para quem quer realmente saber seu tempo ao final.
Com o chip, o tempo computado é o tempo líquido, ou seja, do tapete de largada,
embaixo do portal, até o tapete de chegada, excluindo o tempo até chegar até o
portal, que pode ser de cinco, dez, até quinze minutos, se tiver muita gente.
A largada foi das duas distâncias juntas, o que não gosto muito, porque quem vai correr menos tem que largar mais forte, precisa de mais espaço, e tem gente que só quer aparecer nas fotos da largada, nem sabe seu tempo (pace) por quilômetro, ou algo que justifique largar com a elite. Mas foi uma largada tranquila, e na praia tem espaço para todo mundo.
Enfim, o percurso
era tenebroso, pelo menos para mim. Recem comecei a correr em trilhas, não sou
a mais, digamos, coordenada em pedras, chão batido, e meu negócio é sair
correndo, e isso não é possível em trilha com morro, que era o caso.
Mas como era minha
terceira vez, já subi melhor, mais rapidamente, e nem achei tão difícil. A
descida é difícil, meio travada, medo de ir rolando...Mas depois, não era bem o
que eu esperava. Saímos de Jurere pela praia, que é areia batida, ótima, e
seguimos rumo à praia do forte, que tem calçamento, apesar de ser uma subida.
Depois a trilha já é bem utilizada, então tem espaço, chão que até permite
correr. Descia na praia da Daniela, corria na praia (estava perfeito para
correr, e eu estava totalmente em casa), pude caprichar no ritmo, depois
entrava e passava pela rua principal da praia, e voltava pela tal trilha da
cruz. Cruz foi o que parecia que eu estava carregando lá...estreita, pedaços
com mata quase fechada, subida que não tinha fim, um trecho com arame farpado ao lado, fiquei até triste,
e pensando "como fui me meter nessa". Eu faço essas provas pensando
na paisagem, no visual, e esta estava tão difícil que nem coragem de olhar para
o mar eu tinha, porque tinha medo de me perder, o que aconteceu com um amigo
meu, que deu uma erradinha no caminho e perdeu tempo.
Pior: eu tinha
convencido uma amiga a fazer os 9km, e ela nunca tinha corrido em trilha,
fiquei com muito medo que ela não desse conta, e pensava: ela vai me matar.
Na descida, quando
chegou no trecho já pavimentado, até perdi o medo e fui com vontade, terminando
o último quilômetro na praia.
Defeito sério da
organização: NÃO TINHA HIDRATAÇÃO NA TRILHA. Tinha água nos 2,5km, mais ou
menos, e depois, só na descida da segunda trilha, ou seja, faltando menos de
1/3 da prova! Isso é inadmissível, ainda mais porque a informação era de que
haveria hidratação, tanto que não levei garrafinha comigo (porque é chatíssimo
levar), mas agora não acredito mais nesse tipo de informação, melhor carregar a
minha e garantir. Nunca tinha sentido a boca tão seca, e todos que passavam
reclamavam. Eu pagaria com prazer um valor maior de inscrição para ter
garantida a hidratação, inclusive no final, porque também acabou tudo na tenda,
água, frutas, tudo. Fiquei pensando em quem chegou muito depois de mim...
Quando estava
chegando, me dei conta de que não tinha passado por mulheres desde a primeira
trilha, na primeira terça parte da prova. E só me lembrava de uma menina
correndo na minha frente, que depois não vi mais. Perguntei para alguns fiscais
se tinha passado muita mulher antes, eles diziam que não, mas não dá para ter
certeza...
E quando cheguei,
estava beeem cansada e meio frustrada por não poder correr como queria, pela
dificuldade da trilha. Imagina, fiz o percurso de 9km em 59 minutos!! No
asfalto, em treino tranquilo, faço em 45!
Mas terminei, e
aquele mar lindo de Jurerê no final já me deixou mais animadinha.
A boa notícia:
fiquei em segundo lugar no geral feminino!!! Alegria total!!
Mas era uma
felicidade misturada com um sentimento de estranhamento, porque não é a
primeira vez que vou bem em uma prova difícil, será que é esse meu perfil?
Troféu, camiseta
(boa, aliás) e uma pochete porta tudo (ótima) foram meus prêmios, o que já
consolou pelo kit mixuruca...
Eu corro para ser
feliz, como já disse. E teve uma hora na prova que não estava me divertindo, e
pensei que não era meu lugar. Mas continuei dando o melhor de mim, já que
estava ali. E em todas as oportundidades de correr forte, eu corri, e a
recompensa veio de forma surpreendente! Nem sempre é assim, sabe? às vezes dá tudo errado do começo ao fim, faz parte...
Ah, a minha amiga?
Superou todas as expectativas, chegou ótima, correndo, uns quinze minutos
depois de mim, e está mais feliz do que eu por ter conseguido superar o
desafio!
Segundo lugar geral feminino é muito bom mesmo. Mas o resultado nem sempre é tudo. Tenho certeza que você merece, mas o prazer do percurso conta muito e pelo que entendi, a felicidade no meio da prova estava meio esquecida... Hehe
ResponderExcluirVc é demais mesmo,e só pra saberen a amiga que ela convenceu sou eu,e fiquei muito feliz por terminado a prova em 1hora e 7 minutos ficando em décimo na classificaçao geral,imagina se um dia chegar em segundo...meu Deus vai ser a glória p mim,muito obrigada pelo incentivo.E eu também corro pelo simples fato de me sentir bem e feliz com isso.
ResponderExcluirEu sou a próxima amiga que precisa estrear prova de trilha contigo!!!! Parabéns!!!!
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