Avaliações de tênis - Rodagem: Comparação Freedom Iso - Saucony e 361ºKgM2

Então, people, para agilizar e mudar um pouco o formato de avaliações de tênis, já que são feitas tantas, e as minhas são da categoria super amadora, vou fazer hoje comparação entre dois tênis que, na minha concepção, têm propostas parecidas. Depois vou fazer um só sobre tênis de marca específica,e  assim vamos nos divertindo. Devo avisar que vocês não lerão nenhuma avaliação de tênis da Mizuno, porque tive apenas duas experiências com a marca e não deram certo, machucaram meus pés acima do que é esperado, e eram muito duros para mim. Como o preço da maioria dos modelos é alto, não posso mais arriscar com o histórico. Tem um universo de pessoas que adoram, entendo, mas geralmente são corredores que gostam exatamente do perfil mais firme, e eu gosto de mais macio. Ou seja, quando eu digo que gostei de um modelo, geralmente é um que seja macio.
Recomendo a leitura do post anterior para relembrar partes do tênis, tipos de pisadas, etc.
Bom, ainda avaliando Saucony, marca mega tradicional e que em 1958 estava criando o primeiro modelo de tênis realmente para corredores, no quintal de atletismo EUA, se o Kinvara não pode ser seu único tênis, o Freedom Iso pode. Até porque, pelo preço dele, vai sobrar pouco (ou nada) para comprar mais algum hahahahaha. Ele custa a bagatela de R$ 999,00 (para não assustar o eleitorado com a casa do milhar). Ei, e a tese de não pagar milão em um tênis? Continua valendo para mim, o que não exclui o modelo. Esse não foi presente, mas ganhei um desconto de pai para filha na Hardt Sports, mais um bônus que eu tinha porque eu sou linda (mentira, foi parte da parceria da Hardt com Mulheres que Correm). A cor que eu tenho é essa aqui, que é considerada masculina, mas não sei se o modelo também é: http://www.sauconybrasil.com.br/tenis-freedom-iso-4200880_blueblackcitron/p
O tênis é uma delícia de usar. Está na categoria amortecimento da marca no site (embora lançado como de performance), e realmente tem amortecimento em toda a extensão. É leve, mas eu não achei que seja  um tênis de competição como inicialmente se propôs, mas esta é minha opinião. 
Ele responde super bem em treinos mais longos, e eu estreei num dia em que começou a chover durante a corrida, fiquei arrasada em molhar o tênis novo. A surpresa foi que ele não ficou pesado, apesar de encharcado, e depois secou super rápido. E ainda assim não machucou meus pés. Normalmente, se eu uso o tênis na chuva logo de início, acabo com bolhas, e isso não aconteceu. Assim como o Kinvara, eu não usaria sem meias; como são tênis bem ventilados, eles não são fofinhos por dentro, e no caso do Freedom, especialmente na parte de cima, que é bem fina, não tem fofura.
A lingueta, aliás, é presa no tênis então não se movimenta durante a corrida, ótimo, e é bem mais fina do que as demais, o que também ajuda para correr com o tênis em dias quentes. Eu já falei que sinto calor nos pés? Sinto, muito, e isso não melhora sem usar meias, porque meus pés ficam realmente machucados (e não tenho pés lindinhos, mas para isso são sensíveis). Uso as meias que me parecem mais adequadas, ainda assim alguns tênis parecem estar cozinhando os pés durante o treino (mais em cima, não na parte de sola).  
Achei a forma bem mais larga nas laterais do que o Kinvara, os dois realmente são diferentes, o Kinvara fica mais preso no pé, esse dá a impressão de mais solto. Mas não dá insegurança nem instabilidade na pisada, pelo contrário. Pelo amortecimento que ele tem, o drop dá a sensação de mais alto do que realmente é (4mm, o mesmo do Kinvara). E para pés que incham, como os meus, o modelo fica perfeito. 
Para rodagem, é um investimento muito bom, mas é beeem caro, pelo menos eu acho. Até fora do Brasil não é considerado barato (vi uma média de US$ 160). Geralmente, é bom ter pelo menos dois pares de tênis para revezar em treinos e um de provas, e se você escolher o Freedom, que é para pisada neutra, podendo bancar, pode escolher um mais em conta para a segunda opção. Ou esperar um pouco, fazendo pesquisas, porque sempre aparece uma promoção boa por aí, alguém que vai viajar e pode trazer, você mesmo... 
Tive um único problema. No primeiro uso, a palmilha saiu do lugar, foi subindo em direção ao calcanhar, de modo que na parte da frente dos dedos fiquei sem palmilha. Estava chovendo, eu queria terminar, e não parei, mas foi desconfortável. Se fosse em uma prova, eu ficaria furiosa, porque não teria como continuar sem arrumar. E cada vez que deixo o tênis secando, quando vou colocar a palmilha de volta, tem que ser bem firme, empurrar com vontade. Vem com dois cadarços, um extra mais amarelão, que eu não vou usar. O cadarço é daqueles leves que solta fácil, com amarração chance zero de resistir sem dois laços.

Hoje, correndo meus 10km em trote paquera com ele, percebi também que ele "funciona" melhor quando você cuida da pisada. Durante 2017 trabalhei muito postura e pisada, economia de energia, etc, e com a tendinite que tive, ou qualquer outra lesão, a tendência é voltar à forma de correr antiga, que aparentemente é a mais confortável. E aí eu percebi que o modelo Freedom, embora com amortecimento em toda a extensão, te dá muito mais retorno se você aterrissa com o meio do pé para impulsionar, e não com o calcanhar, como eu corri por muito tempo, e tenho sempre que me policiar para não voltar. 
Por fim, o tênis é lindo demais, vejam a sola. A real é que se eu pudesse, teria 2 freedom e 2 kinvara. Sou bem humilde...
De outro lado, temos a 361°. Eu tinha certo preconceito com a marca, devo confessar. Parecia estar querendo se impor no mercado, sem ninguém saber da qualidade, especialmente por patrocinar os Jogos Olímpicos e eu não conhecer nenhum atleta que usava. Hoje já conheço, desde 2017 Simone Ponte Ferraz (que já deu entrevista aqui no blog) utiliza, sendo agora atleta 361°. Está funcionando bem para ela.
Descobri em leituras superficiais que a marca é nova, existe desde 2003 (estou lendo o livro do Phill Knight, e a Nike é de 1962 - com outro nome, e a Saucony é de 1906 como fabricante, ou seja, tradicionais). É chinesa, e isso também é coisa da minha cabeça, primeiro torci o nariz, cismada com os xing lings e suas conhecidas falsificações pelo mundo afora de marcas conhecidas (esclarecimento: eu sou das que não compra falsificação, acho o fim dar dinheiro para quem não paga imposto algum, sei quanto custa para uma marca se firmar  e quanto ela paga para ser quem é, fora o controle de qualidade. Se não tenho dinheiro para o original, prefiro a marca que eu possa bancar, não me julguem, é uma opinião cheia de controvérsia, porque tem gente que acha que as grandes têm que passar por isso para baixarem o preço. Pois bem, qualidade tem preço mesmo, não é só a marca. A falsificada não usou tudo igual, não se iludam). 
No entanto, vim a saber que vários executivos da marca vieram da Asics, o que já sobe o conceito da parada para mim. E talvez eu tenha sido influenciada pela informação, mas o primeiro modelo que experimentei tinha muita semelhança com um da Asics.
Pois bem, eu ganhei dois modelos da 361° da própria marca e da Hardt para experimentar e avaliar,  e logo que calcei esse KgM2 nos pés (agora repito o nome sem parar) senti um conforto incrível. Agora, o nome do modelo do tênis é ruim, outras marcas fazem isso, dão nomes com letras e números aos modelos, os consumidores não conseguem gravar, será que não percebem que isso não é uma  ideia genial? É mau,  porque você lembra até da marca, mas os modelos não são todos iguais, e se você gostar de um especificamente, quer depois falar dele e comprar de novo, sem ter que olhar na lateral do dito cujo todas as vezes. Eu não gravo, sou aquela que fala na loja: "oi, quero aquele, o khfme%#*4, ou 3, ou 5, ah, sei lá, tem letras aleatórias e número". Isso poderia ser revisto pela marca.
Como eu disse, ele se parece muito com o Asics, mais especificamente um que eu usei muito na minha vida de corredora, especialmente no início, o Kayano. Ai, que delícia de tênis. Dava um abraço nos pés. Verdade que no verão ele me queimava, e depois, com mais (auto)conhecimento, descobri que ele era muito pesado para mim, e fui abandonando, fora que ele é para pisada bem pronada, e a minha pronação está  leve. Fui feliz com o Kayano, e assim sou feliz com o KgM2, porque parece uma versão modernizada, tanto no conforto quanto no peso. Ele é para pisada neutra e tem drop de 8,5mm, razão pela qual embora eu tenha lido como tênis de competição, para mim é evidente que é um modelo para rodagem, super resistente, daqueles que duram bastante (acho que é influência do pessoal da Asics, porque o Kayano não ficava velho, e os xingling são conhecidos por sua pouca durabilidade). Tênis confortável e leve nos pés, uma surpresa realmente agradável, porque ele custa entre R$ 399,00 e R$ 450,00, bem mais acessível. Segundo a informação no site, pesa 190gr, o que é muito estranho, porque li outras avaliações do tênis e o peso constava 241gr (nem o 34 poderia ficar tão mais leve do que a média feminina), que faz mais sentido depois que usei. 
Já fiz treino de chuva, de morro, longos, até areia ele teve que encarar, só demorou um pouco mais para ficar limpo, a areia grudou nele.



Essa sola é ótima na tração.
A palmilha é confortável e não tive problemas desde o primeiro uso, embora eu o sinta cada vez mais macio agora a cada treino, ou seja, a impressão que tenho é que ele vai se moldando aos meus pés. Tênis novo é bom no quesito alegria de correr, mas felicidade mesmo é você correr com a sensação de que aquele é "o seu" tênis, e tenho esse sentimento com o KGM2.
Quem já tiver usado qualquer um dos dois me fala sua impressão nos comentários, é importante para mim. See you.

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