Saga maratona: o longo mais longo - com staff

Sempre corri sozinha. Quando morava em Blumenau ainda tinha companhia em alguns domingos, geralmente quando todo mundo estava treinando para a mesma prova e tinha que fazer uns percursos meio fora do comum.
Mas em BC é bem, bem raro eu ter alguém que vá fazer o mesmo treino, no mesmo horário, no mesmo dia.
E a verdade é que sou meio chata para treinar junto. Aprecio uma boa companhia quando o treino é bem relax, sem tempo programado, com morro, praia, etc. Se for um treino normal de asfalto, já me acostumei a correr sozinha, inclusive porque no dia da prova é assim que estarei. Não adianta alguém mais rápido do que eu me puxando, se eu não vou poder usufruir disso na prova. E alguém mais lento do que eu é legal de acompanhar quando a meta não está próxima, ou por um pedaço do treino. Em resumo, é difícil encontrar alguém que vá dá certo para correr junto.
E a Gamboa fica com estrutura por um período curto na praia no sábado, para meus padrões, já que começa às 7h. Eu já acordo cedo a semana toda, no sábado, a não ser no auge do verão e do calor, eu prefiro levantar mais tarde e já começo depois das 8h, ou seja, nem a estrutura da praia eu aproveito. É solitude na veia.
E os longos não foram diferentes. Os meninos da Gamboa fizeram a maratona de Floripa, ou seja, um mês antes da minha, de maneira que os treinos não combinaram. No período dos longos deles, até tive cia do Diogo num dos meus treinos que começaram a ficar maiores, e pelo menos encontrava o pessoal correndo, é mais legal.
Depois do dia 26 de agosto, só tem eu. Mesmo. As meninas que conheço vão fazer Chicago, em outubro, então o timing não é o mesmo.
Eis que no sábado que passou, com 34km para fazer, surgiu o anjo Mário dizendo que iria junto de bike para fazer staff. Nunca, nunca mesmo tive isso. Alguém que troca a garrafinha vazia de água por uma cheia, inclusive gelada.
De início é até estranho. Não sou boa em aceitar ajuda, pedir menos ainda, então antes do treino achei que talvez não fosse me sentir à vontade com alguém de bike perto de mim. Feliz engano. Foi tão bom! Primeiro porque o Mário ficava invisível até pegar a câmera. Depois, porque eu nunca tinha terminado um treino tão hidratada. O que eu levo nunca é suficiente, e como eu sei disso, eu fico economizando até o km 21, e dali em diante tomo, ou seja, quando já estou um pouco desidratada, e depois fico com a sede infinita o dia todo. Dessa vez isso não aconteceu.
Além disso, eu me senti meio que com o compromisso de fazer valer o empenho do amigo, sabem? O cara acordou cedo e ficou três horas de bike, e não era nem exercício nem passeio para ele, o treino tinha que ter pelo menos dignidade. O resultado foi perfeito, foi um treino que me deu muita força, me senti ótima.
Não sei se para a minha mente os 34km são suficientes, já comentei com o Diogo. Mas a verdade é que os 34km foram a coroação de uma semana com 5km +12km+12km+10km, ou seja, o total foi de 73km rodados na semana, e só a sexta-feira foi off para preparar. É nesse conjunto que o Diogo acredita, e se ele acredita, eu também. Confio mais nele do que em mim para essas conclusões.
Por que eu fico encucada de não ser suficiente? Porque faltam 8,195. Claro que dá medo do muro no 35km, já que já sei que no 30km não vai dar.
Durante o treino, fiquei feliz nos 21km, depois nos 25km, nos 28km e  nos 32km, porque eram distancias que já tinha feito, e aí só faltavam dois, e ainda consegui dar uma acelerada, uhuuu!!!
Claro que o dia da prova é diferente, mas eu senti segurança.
Agora, a parte mais linda é ter fotos de um treino. Isso não existe na minha vida, vou sozinha, volto sozinha, e como eu sou eu, não peço para ninguém tirar fotos minhas, só tem selfie, e geralmente são tremidas e estranhas no pós treino. Minha proposta é não parar, de maneira que um dia como hoje, que fiz 12km progressivos, com sol nascendo e uma paisagem linda de viver no molhe (Barra Sul), eu não saco o telefone do milésimo bolso do short vivian bogus para tirar uma fotografia, de jeito nenhum, eu só keep running.
E com 34km, eu corri por tudo em BC, inclusive mais de uma vez na maioria dos trechos. E querem saber? achei que fosse enjoar da paisagem, achar chato passar de novo, e isso não aconteceu. Estava focada, nem pensei nisso.
Em resumo, esse treino foi um sucesso. Vamos em frente.
 Teve sol no meio do caminho, mas não o tempo todo...perfeito.
Quem faz treino longo, muda a paisagem humana. Inicialmente, são corredores, pessoal do dia anterior...depois chega o pessoal do beach tennis, do frescobol, depois do futvolei, e os caminhantes, o pessoal da bike...quando a gente termina, tem o povo na praia.




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